terça-feira, 19 de junho de 2012

Rio+20 e Belo Monte: Paradoxo Insustentável




Rio de Janeiro 13 de Junho de 2012, inicia-se a Conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável. Pra quem não sabe, este nome e esta data é a comemoração dos 20 anos de outra conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92. 
O mais engraçado de tudo isso é saber qual o maior objetivo de uma Conferência mundial como essa. Que é tão somente: "RENOVAR COMPROMISSO POLÍTICO COM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, POR MEIO DA AVALIAÇÃO DO PROGRESSO..."
E as pessoas acham isso bonito? Acham que os governantes estão realmente preocupados em fazer alguma coisa pelo mundo? Nesses 20 anos o que fizeram para modificar, preservar o meio ambiente? Muitos não devem se lembrar, mas quem se interessar em conhecer  Serven Cullis - Suzuki de 12 anos, que naquela época fazia parte de um grupo de crianças canadenses que somente se preocupavam em fazer sua parte e precisavam falar aos adultos que mudassem seu modo de agir. A menina deixa claro em seus breves 6 minutos que seu maior objetivo era lutar pelo seu futuro.A garota, hoje, mulher, sentiu a mesma necessidade de retornar a Conferência das Nações Unidas, para continuar sua luta ativista, no entanto, alega que as coisas estão muito piores e que poucas coisas foram feitas, para não dizer, nenhuma. A atitude desta moça é muito nobre, muito bonito de se ver e até mesmo contagioso, dá vontade de sair por aí conscientizando as pessoas a se preocuparem com o dia de amanhã. Com certeza, o problema não é somente político é social. Como se a população mundial, vamos trabalhar em cima da sociedade brasileira, ao longo do tempo tornou-se apática e afônica. O povo brasileiro de alguma forma calou-se a frase: " Sou brasileiro, não desisto nunca" na realidade não passa de uma frase vazia e banal. O povo brasileiro em sua grande maioria desistiu sim! Pelo menos é o que observa-se na crítica que fazem aos grevistas, sejam eles policiais, professores, estudantes. Sempre tem alguém que vira o rosto e diz que aqueles trabalhadores não tem o que fazer. Mas claro, se não pararem e não reivindicarem o melhor para eles quem irá fazer? Os grandes empresários? Os magnatas bancários? 
Mas, por que a sociedade não se mobiliza em salvar Belo Monte e a população indigena? Por que a senhora presidente ao invés de estar lá no púpito falando sobre sustentabilidade não acaba com este drama amazônico? 
Alguém consegue enxergar onde está a situação paradoxal que estamos atravessando? 
Falar de sustentabilidade, de meio ambiente, em um país que está acabando com uma das artérias globais do coração ecológico do mundo, para construir uma usina hidrelétrica? Alguém consegue ver a sustentabilidade nesta ação?
Por que os governantes brasileiros não convidam os participantes desta conferência para conhecerem Belo Monte e tudo que irão fazer para acabar naquelas terras? Por que não mostram o que está por trás da PAC, (Programa de Aceleração do Crescimento)? Ou seja, o impacto socioambiental que trará ao Brasil, não hoje, mais quem sabe daqui há mais 20 anos, no Rio+40. Quando tudo continuará se repetindo e piorando.
Por isso, não consigo conceber a ideia de que uma Conferência deste porte esteja realmente preocupada com sustentabilidade e meio ambiente. Pois se estivesse realmente, não estaria sendo sediada na "cidade maravilhosa" e sim, no seio amazônico que clama por socorro.

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