“A nossa maior glória não reside no fato
de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.”
Confúcio.
Sem
dúvida nenhuma, nossa maior vitória está em obter forças suficientes para
levantar das quedas sofridas no meio do caminho e dar a volta por cima.
Para
algumas pessoas esse ato se torna simples, não por que são diferentes das
outras, mas por que carregam em si a imensa capacidade de superar as
adversidades. Já para outras, a queda no meio do caminho, a tragédia instaurada
é sinônimo de ponto final, de fim, entregam as armas da batalha, sem ao menos
encararem a dureza da trincheira do dia a dia, levando-os a desistir da própria
vida.
Na
Igreja Messiânica Mundial do Brasil aprende-se que, quanto maior a purificação
(sofrimento) maior a missão. Ou seja, quem muito sofre, cria forças para
prosseguir e ajudar outras pessoas.
E
isto resume muito bem a vida de uma pessoa que precisou não somente conhecer,
mais vivenciar, experimentar, temer e enfrentar o lado escuro da vida, para que
somente assim, pudesse conhecer a força que possuía para ajudar muitas pessoas.
Esta pessoa chama-se João Guilherme Estrella.
Quem
não conhece sua experiência de vida, basta digitar seu nome no Google ou
assistir o filme baseado em sua trajetória, Meu nome não é Johnny.
João
Guilherme, é a prova viva de que não basta cair e levantar, é necessário que se
tenha força de espírito para seguir em frente, para que assim pudesse escrever
outras páginas no livro de sua vida. Com certeza, João não se arrepende dos
primeiros capítulos deste livro, nem tão pouco de seus rascunhos, que seus atos
insanos registraram.
Sua
maior vitória foi sair do vício e conservar sua sanidade mental, diante de
tantas tragédias presenciadas. Conservar-se são ao lado de psicopatas, retrata
o tamanho da missão que ainda estava por vir. Pois, quantas pessoas conseguem
conservar a saúde mental intacta em um local inóspito como um Manicômio
Judiciário?
Hoje
ao palestrar e conceder entrevistas tenta abrir os olhos da sociedade do perigo
real das drogas, tendo que conviver com seu algoz dia a dia.
João
Guilherme concedeu gentilmente uma entrevista ao Bacharelando Direito, sem
muitas exigências, por ter a simplicidade e o desapego como traço forte de sua
personalidade.
Bacharelando Direito: O
filme é baseado em fatos reais, no entanto, aqueles amigos que aparecem no
filme, ainda hoje são seus amigos, ou você sabe, melhor do que ninguém a
diferença de amigos leais e verdadeiros, daqueles que chamamos de "amigos
de farra"?
João Estrella:
Amigos de sempre continuam, amigos e os satélites se dispersam. A diferença é
que os amigos daquela época se veem um pouco menos porque estão com família,
filhos, etc...
Bacharelando Direito:
Quando viu que havia corrupção dentro da própria polícia e aqueles policiais
extorquindo seu dinheiro do tráfico, achou por um momento que se o sistema era
corrupto daquele jeito, quem poderia julgá-lo o suficiente para dizer se estava
certo ou errado?
João Estrella:
Acho que se a lei na época era aquela e eu tinha que me submeter a ela, acabei
sendo julgado por uma juíza justa e correta que me deu, com a medida de
segurança, a oportunidade de poder decidir o rumo do meu destino, já que a
medida de segurança te obriga a se recuperar em relação as drogas e também como
indivíduo, não brigando e colaborando com o próximo.
Bacharelando Direito:
Acha que a ausência dos pais, por excesso de trabalho, prejudica na formação de
uma criança, um adolescente?
João Estrella:
Completamente. É imprescindível a presença dos pais e acho que, tem que se
conseguir uma solução em relação ao trabalho que supra essa necessidade. Pode
até ser uma solução, um dos dois deixar o trabalho.
Bacharelando Direito:
Sempre ouvimos que os pais devem conversar sobre drogas com seus filhos, você
tem filhos? Conversa com eles sobre drogas e que o crime não compensa?
João
Estrella: Meu filho tem apenas 3 anos. Agora, no Brasil o crime compensa
para vários seguimentos, como na política, por exemplo.
Bacharelando Direito: Em
qual momento de sua vida surgiu a vontade de cursar Direito e conhecer de perto
as leis?
João Estrella:
Ainda preso, quando trabalhei no Setor de processos e li muito sobre o crime.
Bacharelando Direito:
Qual o momento mais difícil da sua vida? Quando é preso, quando foi condenado,
quando soube que sua família teve que vender o único imóvel para pagar sua
defesa, ou quando viu sua mãe chorando ao descobrir que seu filho era o maior
traficante do Rio de Janeiro?
João Estrella: Todos
esses momentos fazem parte do mesmo ato, da mesma tragédia, que sem duvida foi
o mais difícil da minha vida.
Bacharelando Direito: O
que você sente hoje em dia quando vê as pessoas se afundando nas drogas? Afinal,
você ainda está em um meio, que todos nós sabemos que a droga está presente,
que é meio musical.
João Estrella: As
drogas lícitas e ilícitas estão presentes e sempre estarão em todas as camadas
sociais e em todas as áreas de atuação profissional. Não gosto de ver pessoas
detonadas por drogas, incluindo o álcool e antidepressivos. Por isso procuro
ajudar fazendo palestras e debates.
Bacharelando Direito: Em
uma única frase defina: Quem é o João Guilherme Estrella hoje?
João Estrella: Um
pai feliz, músico, empresário, produtor e palestrante.
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