quarta-feira, 6 de junho de 2012

Pintando a cara de quê e para quê?

Pensando um pouco sobre as ações do Movimento Estudantil no Brasil do século passado, fica fácil notar que neste século ainda não ouvimos falar sobre os jovens lutando pelo bem social e coletivo, estudantes indo para rua exigindo realmente uma mudança política, carregando a Constituição consigo. 
Realmente não se fazem mais jovens como antigamente. Hoje em dia a palavra política tornou-se sinônimo de corrupção e as frases: Ah, o Brasil não tem mais jeito! Me envergonho de ser brasileiro! Tornaram-se jargões dos jovens hoje em dia que só se preocupam com o que está acontecendo nas redes sociais, em compartilhar uma coisa ou outra que  está na moda, se preocupam com as músicas sem letra que ouvem, se atualizam dentro de uma sociedade completamente despida de valores, encaram uma Marcha da Maconha mais importante do que uma marcha contra corrupção.
É preocupante a realidade da juventude brasileira. Os estudantes saíram das ruas! Aonde estão os caras pintadas que hoje são chefes de família para passarem a sede de justiça de outrora aos seus filhos? Aposto que são justamente os pais omissos de hoje em dia que pensam que almoçar em família é ultrapassado e que não é importante na formação dos seus filhos. São os ex caras pintadas que colocam internet em casa e acham absolutamente seu filho, ou sua filha de 13 anos passar horas e horas numa internet fútil e manipuladora. Ou colocam uma televisão "fechada" e deixam que assistam seriados enlatados americanos de jovens adolescentes que a única preocupação não é com estudo e sim com sexo, sexo, sexo.
Será que valeu à pena lutar para tirar um presidente, ou melhor, dois presidentes, lembrando que os estudantes também tiveram à frente do Movimento Diretas Já! E parar por aí? E depois falavam que a preocupação deles era pensando nas gerações futuras? Pois está aí, nas esquinas a geração futura dos filhos deles, que não possuem histórico políticos por que os pais, ex caras pintadas não estão preocupados o suficiente em trazer os filhos para realidade, resgatar a estória do país é fundamental! Quer dizer que assim como a guerrilha do Araguaia, o movimento estudantil se perdeu no tempo, justamente por que os jovens daquela época não educaram como deveriam os jovens de hoje?
Que tal já que pintaram a cara de verde amarelo em outra época, não voltarem a colocar um nariz de palhaço? Adultos hipócritas que não sabem educar seus filhos para que sejam capazes de lutar pelo país!
Tanta coisa acontecendo no cenário político e a juventude continua omissa a tudo isso. Enquanto não tirarem a internet, os seus Iphones e suas roupas de emos está tudo bem! 
Ou, os pais e as mães abrem seus olhos e se livram dessa amarras sociais e profissionais que encheram-nos de trabalho e compromissos e voltam a sentar com seus filhos, mostrando a realidade do país. Ou terão que comprar nanquim e se vestirem de pierrot e colombina, pois de caras pintadas mesmo, só se for no baile de carnaval!

2 comentários:

  1. Oi, Lilian ! Concordo que a juventude mudou, mas não apenas ela, o mundo! Estamos numa fase de abundância de informação, mas de pouca qualidade, de pouco aprofundamento teórico. Muitos sabem muito e ao mesmo tempo nada. E as mídias eletrônicas têm contribuído para isso... Basta uma leitura na "machete" divulgada no twitter para que o rapaz se sinta à vontade em discutir qualquer assunto. Mas, enfim, temos que pensar agora no que fazer para também tremer esse povo hi-tech e de baixa cognição... As redes sociais, blogs, microblogs tem um "lado negro da força", mas podem contribuir decisivamente para a evolução do pensamento político e participação popular. A Lei da Ficha Limpa, como você bem sabe, só conseguiu as mais de 1,6 milhões de assinaturas em razão da grande divulgação ocorrida no Twitter e no Facebook! Talvez ainda haja uma luz no fim do túnel... Mas será que esse túnel tem fim ? Abraço forte. Rodrigo Martiniano

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  2. Lih, as palavras do Rodrigo traduzem meu pensamento. Também fico inquieta com o cenário atual, muita informação e pouca sabedoria.
    Cheiro.

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